Eu descobri, depois que voltei para cá, que a endometriose tava de volta. Em tese ela nunca vai, mas eu andava bem melhor.
Descobri depois porque deixei para fazer meus exames na visita a São Paulo, ainda bem! Provavelmente teria desistido de vir se tivesse tido a certeza antes, a distância de médicos, as possibilidades de ficar pior longe da família, o medo de não dar conta, antes de vir tudo parecia mais surreal, estar doente aqui parecia uma loucura, mas ficar doente é uma loucura, e não foi nem um pouco fácil passar pelas crises de dor em São Paulo.
Terça eu tive uma crise aqui, e pude ficar em casa, sem atrapalhar no trabalho, e sem o trabalho atrapalhar a mim. Foi bem tenso, tive um pouco de medo de ter que ir ao médico, uma coisa que me assusta muito aqui, o atendimento, os médicos já são sempre sem nenhuma compreensão ou tolerância para endometriose, e acabo tendo a impressão que aqui vai ser ainda pior, pode ser um preconceito, mas me deixa apreensiva mesmo.
Acabei me abrindo para pensamentos mais amplos. As coisas que nos travam são muito imaginárias, os obstáculos não costumam ser reais, o medo, e no meu caso a ansiedade, faz com que o desespero pelo futuro me congele em situações que no final das contas nem são boas, mas já estão acontecendo, e por isso menos assustadoras.
O que eu quero dizer, é que se a gente quer largar tudo, o que mesmo de pior pode acontecer? Tudo! Mas se a gente continuar na caixa do conformismo, o que de pior pode acontecer? Tudo também!
Então, que venha tudo que tiver de acontecer!
T.
Estamos aqui no que os nativos chamam de inverno!
O blog em tese é sobre a experiência de morar em Jeri, mas não tenho dissociar da minha vida.
Eu sou uma outra Talitta, menos perdida em alguns sentidos, mais certa de algumas vontades, mas ainda em busca do equilíbrio.
Em São Paulo a gente trabalha demais, aqui tende a querer o oposto, o prazer, a 'vida boa', mas não é bem assim, né? Nosso modelo de sociedade exige mais, e precisamos de mais, para nos desenvolvermos moral e eticamente.
Eu tenho trabalhado mais do que eu gostaria, mas menos do que eu estava acostumada, rs. Tlvez tenha que me acostumar com esse novo tanto? rs
Outra coisa que mudou radicalmente em mim foi meu jeito de enxergar o mundo e o machismo nas pequenas coisas, aparentemente esse tempo para pensar melhor me fez ver com mais atenção as nuances do tratamento diferenciado de cada dia:
"Assim já pode casar!"
"Você não sabe do que está falando!"
"Linda!" "Amor!" "Querida!"
Toques inapropriados durante uma conversa.
etc
etc
Mas e eu?
O que eu vou fazer diante disso? Não vejo como solução virar uma chatonilda que reclama e briga com todo mundo, mas também não acho que baixar a cabeça resolve.
Então mundo, eu pergunto para vocês? Como acha o equilíbrio nessa vida?
Lembranças da pontinha do Brasil!
Aqui trabalhar toma uma nova proporção, um novo significado, uma nova dimensão!
O custo de vida subiu astronomicamente nesses anos em que não estive aqui, a vila cresceu, tem mais estabelecimentos, mas a oferta de moradia é muito pequena, o que elevou os custos a surrealidade que se equipara a São Paulo.
Mas os salários, esses continuam os mesmos, a mesma base. A solução acaba sendo dividir a casa, com colegas, conhecidos, amigos, gente recém chegada. O que faz que tudo seja mais intenso, as relações são mais rápidas, a intimidade conquistada com menos tempo. O nque me faz pensar, que esses quase 2 meses que estou aqui (dos quais 15 dias voltei para SP), parecem um ano. O tempo aqui passa em outra frequência!
Eu vim para trabalhar em uma pousada, ia fazer isso e uns freela. Por motivações variadas não deu certo. Eu saí de São Paulo para ter uma vida mais tranquila, e o trabalho estava indo contra meus propósitos. Hoje faço um freela em reservas para uma pousada, trabalho num receptivo e num café (que é o escritório do receptivo). Parece pesado, mas na verdade não é. São coisas que me fazem feliz, e me dão dinheiro para viver e pagar os eternos boletos. Mesmo com as 3 funções, sinto muito menos pressão do que em São Paulo, serão sempre fases, mas estou me sentindo bem nessa, e é isso que realmente importa!
Ah, esqueci de citar, que me cadastrei como freela, e estou vendendo serviços de viagem pela Agaxtur, se alguém precisar de algo, rs.
T.
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